sábado

Semear o corpo. Colher firmeza.



Segurar o corpo firme. 

Primeiro passo dentro do corpo, o braço a agarrar a mão. O malmequer em cada dedo, o bem-querer da mão inteira, a segurar a pelicula do exterior. A mão descida pelo braço abre-se, encosta-se e pega no barro. Segura. Contrai. Guarda-o dentro dela com força. A força, as veias, o sangue, a pele, o pulsar, os dedos. Tudo no mesmo instante para o instante seguinte. Mandar através da força o barro à parede a ver se cola. Às vezes cai antes de. Outras vezes fica e parece agarrado. E ainda outras vezes ele fica mais do que se estava à espera. Mas o barro volta a cair. Várias vezes, umas seguidas de outras. 

O corpo começou a observar. A mão, o barro, a queda. E permaneceu firme. 

Segundo passo do corpo, o braço a levar a mão. O braço esquerdo lança a sua mão a apreender para junto do corpo a firmeza da madeira que faz o arco, e a pena que direciona a flecha. A mão esquerda a encostar-se ao corpo e a entrar nele. A força. A delicadeza. A respiração. A direção interior envia a seta para fora. Ela fura o ar e penetra o superfície que toca. No mesmo instante em que a flecha penetra o interior, o arqueiro termina a sua respiração. A tarefa. 

O corpo continuou a observar. A mão, a seta, a respiração. E permaneceu firme.

Terceiro passo do corpo, o corpo inteiro. A respiração tem o interior do corpo, dá-lhe resistência para o salto. O salto permanece imóvel. O corpo retira a sua firmeza e lança-se em amplitude.

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